Ao praticar um ato de gentileza, uma espécie de contágio saudável acontece ao redor. Um olhar doce, um sorriso afável ou palavras de atenção são capazes de desarmar atitudes defensivas e variadas violências que proliferam no cotidiano. Crianças estimuladas desde cedo com atitudes de respeito, cortesia e paciência tendem a tornar-se adultos mais sensatos, cordiais e éticos. Uma educação que se preocupa com estes elementos é focada em constituir sujeitos mais solidários e capazes de lidar com diferentes situações e pessoas na vida.
Frases como “por favor”, “obrigada”, “muito prazer”, “bom dia”, “posso ajudar?”, são exemplos cotidianos que pais e professores podem utilizar para incentivar comportamentos mais empáticos nos pequenos sob sua tutela. Quem não gosta de ser bem tratado? E afinal, “gentileza gera gentileza”. Ser gentil abre portas, muda o rumo de conflitos, transforma os humores, facilita negociações e produz relações mais profundas. É interessante observar que a cordialidade e simpatia, para além de serem ações de educação para o respeito ao próximo, também estão intimamente ligadas a autoestima, bem-estar e qualidade de vida daquele que as pratica.
Não se pode negar, no entanto, que educar para a gentileza não é uma ação de curto prazo, ou mesmo algo fácil de realizar. Ensinar pelo exemplo exige paciência e constante repetição. Mas o objetivo é que a atitude de empatia quanto ao próximo se torne uma ação natural nos jovens que observam, diariamente, estes comportamentos. Seja em casa ou sala de aula. Pessoas cientes das necessidades alheias e que realmente se importam com o bem-estar de quem as cerca, são capazes de transformar suas próprias realidades, bem como a daqueles com quem convivem.
Confira atitudes que, praticadas constantemente, podem configurar-se fortes exemplos para crianças e adolescentes:
- Seja atencioso e interessado
Ao conversar com alguém, foque sua atenção na pessoa. Evite desviar os olhos ou checar o celular. Mostre que o que ela fala importa, que há disposição em ajudá-la se for necessário. Nunca utilize palavras rudes ou respostas secas, independentemente da situação. Uma resposta gentil pode modificar completamente o diálogo. Se for o caso, agradeça. Sentir-se valorizado e reconhecido fortalece relações.
- Ofereça ajuda
Sempre que puder, estenda a mão ao próximo. Atos de gentileza não precisam ser grandiosos. Seu filho ou aluno irá perceber isto através de seu exemplo. Oferecer um sorriso, perguntar como a pessoa se sente, oferecer-se para ouvir, realizar pequenas tarefas para outros, não custa muito. Ações de verdadeira empatia são transmitidas, muitas vezes, nas pequenas coisas.
- Cultive um ambiente leve
No trabalho, na sala de aula ou em casa, cultive espírito de companheirismo e compreensão. Seja paciente, converse ao invés de discutir, desenvolva a tolerância com erros e dificuldades. Se ficar em silêncio é respeitoso, fique. Se questionar e conversar é mais eficiente, fale com calma. Quando o ambiente promove acolhimento sincero, as relações e atividades prosperam.
- Seja humilde
Lembre-se que o fato de exercer a gentileza diariamente não o torna alguém “superior”. A atitude pedante, mesmo no oferecimento de ajuda ou sorrisos, é facilmente perceptível. Gentileza é um constante aprendizado e serve para nos fazer observar a perspectiva do outro. Portanto, o foco é sempre o outro e não nós mesmos. Se estes sentimentos surgirem, corte o pensamento pela raiz. Seus pupilos, certamente, perceberão que há uma falsa sinceridade em suas atitudes.
- Valorize e agradeça
Em nossas rotinas estamos constantemente dependentes da atuação do outro. Há quem ensina, quem vende, quem dirige, quem limpa, que administra, quem cura, etc. Lembre-se sempre de valorizar a virtude do outro e agradecer o que ele faz diariamente por você. Mesmo as pequenas atitudes merecem ser valorizadas. Diga “obrigado” com constância. Em casa ou na escola, esta atitude é um exemplo muito eficaz. Quem ouve, sente o poder das palavras ou vê o resultado delas nos outros, sem dúvida irá imitar.
Pelo exemplo você poderá educar para a empatia e construir ambientes onde a qualidade da saúde física e mental é elevada. Um ambiente saudável gera produtividade, felicidade, disposição corporal e emocional. Que tal começar, ainda que em pequenos passos?