Colégio Adventista de Juazeiro mobiliza alunos e comunidade na valorização da vida

Por Tiago Conceição

Via https://noticias.adventistas.org/

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A saúde mental dos jovens é um dos temas mais debatidos da atualidade. Depressão, automutilação e até o suicídio têm se tornado assuntos recorrentes, especialmente entre adolescentes, exigindo atenção de escolas, famílias e da sociedade. Com o objetivo de promover conscientização e oferecer suporte, o Colégio Adventista de Juazeiro realizou a terceira edição do Projeto Pro Vida, em alusão à campanha Setembro Amarelo.

A iniciativa envolveu estudantes em diversas atividades, destacando a importância de viver com propósito, cultivar esperança e valorizar a vida. Uma das ações aconteceu no centro da cidade, onde os alunos cantaram, exibiram cartazes com mensagens de apoio e distribuíram água e panfletos para motoristas e pedestres. O gesto simples, mas carregado de significado, emocionou quem passava e reforçou a mensagem de que cada vida importa.

Escola como espaço de cuidado e valorização da vida

Para a coordenadora Helidávila Rios, o projeto nasceu da necessidade de ampliar o debate sobre saúde mental e reforçar o papel da escola como ambiente de acolhimento “Estamos na terceira edição do Projeto Pro Vida, trabalhando a temática do Setembro Amarelo. Este ano, focamos no tema uma vida com propósito, porque entendemos que quando temos um propósito maior, a nossa vida ganha sentido.”

A educadora destacou que o ambiente escolar também influencia diretamente no bem-estar dos adolescentes. “A escola tem um papel importante tanto dentro quanto fora da sala de aula. Quando o aluno enfrenta problemas pessoais ou familiares, isso impacta diretamente no seu rendimento. Mas quando ele vive com equilíbrio, pratica esportes, descansa bem e entende que tem um propósito, chega motivado e com disposição para aprender.”

Rios ressaltou ainda a importância da continuidade do trabalho para além do mês de setembro. “O diálogo precisa ser constante, não apenas em setembro. Continuaremos atentos às mudanças de comportamento dos nossos alunos, sempre abertos a ouvi-los e também chamando os pais para caminharem conosco nesse cuidado.”

Desafios da nova geração

Segundo a psicóloga da unidade, Mirhaylla Dias, o maior desafio ao abordar saúde mental com os jovens não é a falta de informação, mas a forma como o tema tem sido tratado. “O desafio é que muitos adolescentes acabam romantizando transtornos e fazendo autodiagnósticos precipitados. Há até uma certa banalização do suicídio em alguns contextos. Nosso trabalho, portanto, é conscientizar e desmistificar essas ideias, sem deixar de falar sobre o tema, porque o silêncio também adoece.”

Ela acrescenta que os adultos também enfrentam dificuldades. “Muitas vezes não é o jovem que tem dificuldade em falar sobre saúde mental, mas os adultos ao redor dele. Pais e professores, vindos de uma geração que tratava esse tema como tabu, ainda encontram barreiras para compreender o sofrimento dos adolescentes.”

Sinais de alerta

A psicóloga ressaltou ainda que pais e professores devem estar atentos a mudanças bruscas de comportamento, alterações de humor, queda no rendimento escolar, isolamento social e frases de desânimo.

“Às vezes o aluno deixa escapar uma frase em sala, escreve um bilhete na prova ou demonstra um cansaço incomum. Nada disso deve ser ignorado. Pode não ser algo grave, mas é sempre um chamado de atenção. Nesses casos, é fundamental oferecer ajuda, acolher e encaminhar para apoio profissional.”

Voz dos estudantes

Os próprios alunos também reconheceram a relevância do projeto. Para Ana Luisa Nery, do 2º ano do Ensino Médio, a discussão é urgente. “Esse é um tema cada vez mais presente, principalmente entre os jovens. Muitos enfrentam problemas psicológicos e situações de depressão, por isso precisamos falar sobre isso abertamente. A vida tem valor, deve ser valorizada, e é essencial que possamos orientar e aconselhar quem passa por essas dificuldades.”

Propósito e valorização da vida

Para Mirhaylla, ações como o Projeto Pro Vida têm papel fundamental porque trazem luz a um tema que não deve ser tratado como tabu. “Quando falamos sobre saúde mental com naturalidade, tiramos o peso do silêncio e abrimos espaço para que os jovens busquem ajuda. Conscientizar é sempre o primeiro passo para cuidar.”

Ela concluiu com uma mensagem prática, dividida em quatro pontos:

  1. Cuidar de si mesmo é também valorizar a vida do outro.
  2. O sofrimento emocional faz parte da condição humana e precisa ser reconhecido.
  3. Praticar a gratidão ajuda a fortalecer a saúde emocional.
  4. Ter um propósito dá sentido à vida.

“Descobrir um propósito é o que nos faz levantar todos os dias e dar cor à nossa existência. Para alguns, esse propósito está na profissão, para outros na família, na fé, nos sonhos ou nos talentos. Não importa onde, o importante é ter um objetivo que dê significado à vida. Isso também é valorizar a vida”, afirma Mirhaylla.

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